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Apesar da crise, perspectiva é de bom ano para agricultura

Publicado em: 19 de agosto de 2015
Categorias: Notícias

Depois de uma boa safra de soja, a preocupação dos produtores volta-se para os custos de produção das culturas a serem implantadas, já que a valorização do dólar frente ao Real foi expressiva em 2015. Isso já refletiu nas culturas de inverno, a área de cultivo de trigo, por exemplo, teve queda de cerca de 40% em Ibirubá, segundo o IBGE. As áreas de cevada e canola também sofreram redução. Agora a cooperativa foca na comercialização dos insumos para as lavouras de verão: milho e soja.
Para o gerente de Insumos da Cotribá, o engenheiro agrônomo João Cláudio Henrich, a variação nos custos de produção é cíclica e os produtores devem estar preparados. A implantação da principal cultura, a soja, se aproxima e é o momento de planejar a safra ou, para aqueles que já haviam se programado, refazer os cálculos.
- O produtor tem que ter extremo cuidado no momento de comprar o seu insumo, é importante identificar o momento certo. Alguns produtos é melhor comprar com bastante antecedência e garantir preços melhores e outros é melhor esperar e ficar de olho no câmbio. A moeda americana infuencia diretamente no preço dos fertilizantes, se o dólar sobe, os preços são convertidos imediatamente. O mesmo não acontece com os defensivos, porque geralmente as empresas dispõem dos produtos em estoque. O aumento no preço do Glifosato, por exemplo, até agora restringe-se à inflação, a alta do dólar não impactou - explica.
No entanto, segundo Henrich, orçar os custos de produção por hectare são indispensáveis para uma safra mais acertiva.
- A relação de quantas sacas de soja são necessárias para fazer a lavoura o produtor deve fazer todos os anos. Não existe uma receita única, uns investem mais, outros menos, dependendo das necessidades, condições e objetivos. Só então saberemos o custo real de cada propriedade - acrescenta.
É importante lembrar que os custos são variáveis, não só de ano para ano, mas durante o desenvolvimento da cultura, já que diversos fatores podem interferir e demandar mais investimentos, como na ocorrência de surtos de doenças e pragas. Os casos mais recentes foram de ferrugem asiática e lagarta Helicoverpa armigera. O agrônomo alerta que em ano de ocorrência do fenômeno El Niño, como este, a ferrugem deve estar presente.
- A expectativa é de chuvas regulares e, consequentemente, boa safra. O ano que dá muita soja, dá muita ferrugem. Porém, neste caso, a incidência de lagartas é menor. Ainda com relação às pragas, temos que nos preocupar extremamente com o percevejo, que já apareceu na última safra e neste ano deve se intensificar. A nossa recomendação é que se monitore as lavouras e se faça o manejo preventivo - alerta Henrich.
A Cotribá estima que cerca de 50% dos seus associados e clientes tenham se programado com bastante antecedência e já adquiriram os insumos para as lavouras de verão, inclusive aproveitaram os Dias de Negócios com preços e condições especiais oferecidos pela cooperativa. Os demais estão à espera dos custeios solicitados às instituições financeiras.
Quanto ao preço da oleaginosa, que nos últimos dias ultrapassou os R$ 70/saca, João acredita que será bom, já que o mercado mantem-se firme.
- Não temos o pior cenário, mas estamos muito longe do melhor. As sucessivas crises econômicas que atingiram primeiro os EUA, depois a Europa e agora chegam aos países emergentes fazem com que tenhamos um rebaixamento e o Bushel entre 9 e 10 dólares. Além disso, devem se confirmar boas produções nos EUA e no Brasil. Também balizam os preços a cotação da bolsa, o premiun e o dólar, este é o que mais pode variar. Portanto, o nosso principal desafio é acertar no cambio, aí cada produtor tem o seu palpite. Mas o mais seguro continua sendo escalonar a comercialização e garantir primeiro os custos da produção.
Trigo, cevada e canola
A safra de inverno não começou bem. Além da significativa redução na área de cultivo, o excesso de chuva registrado em junho atrasou o manejo. Entretanto, ainda não foram contabilizadas perdas. Nas últimas semanas, que tiveram predomínio de sol, os produtores colocaram o manejo em dia, principalmente no que se refere à aplicação de Nitrogênio, e a estimativa é de uma boa safra. O que, certamente, vai depender do comportamento do tempo e da temperatura de agora em diante. Espera-se uma produtividade média em torno de 50 sacas/há para o trigo, embora os produtores plantem com a expectativa de atingir as 70 sacas/há. Para a cevada, segunda principal cultura de inverno na área de abrangência da Cotribá, a média deve ser de 55 sacas/há. E, canola, 25 sacas/há.
Milho
A cultura do milho começa a ser implantada, mas sem muito entusiasmo. Além das seguidas frustrações dos últimos anos, o preço da commodity é pouco atrativo.
- Há poucos anos o comparativo era duas sacas de milho para uma de soja, hoje estamos acima de três para uma e isso, sem dúvida, desestimula qualquer produtor. A área mais significativa e consolidada é para a produção de silagem. Mas a área de grãos deve sofre redução de 20 a 25% neste ano - ressalta Henrich.


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